Rede Corporativa
, 17 de maio de 2024.
24/06/2005
Volume 4 - Número 1
1 - Imagens antigas do hospital da Misericórdia de Santos e seus artistas

PDF file at the end of the article

Arquivo PDF ao final do artigo

EDITORIAL

Imagens antigas do hospital da Misericórdia de Santos e seus artistas

Old images of the hospital of the Misericórdia de Santos and their artists

Henrique Seiji Ivamoto
Editor, Acta Medica Misericordiæ, Centro de Estudos da Santa Casa da Misericórdia de Santos, Sociedade Brasileira de História da Medicina, Universidade Metropolitana de Santos e Universidade Católica de Santos.

Ivamoto HS: Old images of the hospital of the Misericórdia de Santos and their artists. Acta Medica Misericordiæ 2001; 4: 2-17

Resumo:

Pesquisando a história da Santa Casa da Misericórdia de Santos (SCMS), encontramos fotografias antigas, desconhecidas da maioria daqueles que trabalham atualmente no hospital. Entrevistando antigos santistas ligados à Santa Casa e confrontando documentos, identificamos parte das pessoas, além de épocas, locais e outros detalhes das fotografias. Diapositivos dessas fotografias foram apresentadas aos participantes do V Congresso Brasileiro de História da Medicina realizado neste hospital em novembro do ano 2000. Esperamos que os nossos leitores apreciem o trabalho desses nossos valorosos artistas da época, incluindo J. Marques Pereira, Hermann Johannes Adolph Eckmann, Pedro Peressin, Boris Kauffmann, Worapite, José Dias Herrera e outros, desconhecidos, que, com suas câmaras e laboratórios, gravaram e eternizaram essas preciosas imagens do passado de nossa instituição. Com esta publicação e divulgação, esperamos conseguir melhor identificação das pessoas e circunstâncias retratadas. Lançada em dezembro de 1998, Acta Medica Misericordiæ vinha sendo editada semestralmente. Devido ao baixo fluxo de recebimento de trabalhos científicos, passará, com o presente número, a ser editada anualmente. Com um incremento estável no número de artigos, retomaremos o ritmo semestral. No presente número contamos com uma valiosa colaboração do diretor e fundador da Voz das Misericórdias, da União das Misericórdias Portuguesas, além de dois trabalhos de Santos.

Descritores: Hospitais filantrópicos. História da Medicina. Humanismo.

Summary:

In a study on the history of the Santa Casa da Misericórdia of Santos (SCMS), we found old photographs, unknown to those who work in the hospital at present. Interviewing old personalities born in Santos who worked in our hospital and comparing the data with old documents, we identified some of the people, as well as places and other details in the photographs. Slides of the pictures were presented during the Fifth Brazilian Congress on the History of Medicine held at our hospital in November, 2000. We hope our readers will appreciate the work of these valuable artists of the time, including J. Marques Pereira, Hermann Johannes Adolph Eckmann, Pedro Peressin, Boris Kauffmann, Worapite, José Dias Herrera and others, who, with their cameras and laboratories, recorded and perpetuated these precious images of our institution's past. With this publication, we hope to obtain a better identification of the people and circumstances portrayed. Launched in December, 1998, Acta Medica Misericordiæ has been published every six months. Due to small number of scientific articles received for publication, as of the present edition it will be released annually. With a stable increase in the number of articles, the bi-annual rhythm will be resumed. In the present edition, we have a valuable contribution from the director and founder of the Voz das Misericórdias, from the Union of Portuguese Misericórdias, in addition to two works from Santos.

Key words: Hospitals, voluntary. History of Medicine. Humanism.

 

Fig. 1. O apoio moral do provedor Manoel Lourenço das Neves, do diretor clínico João Garcia, do vice-provedor Félix Alberto Ballerini, do vice-diretor clínico José Luiz Camargo Barbosa e do presidente do Centro de Estudos Celso Schmalfuss Nogueira, interessados na memória da Santa Casa da Misericórdia de Santos, foram essenciais para a execução do presente trabalho. Na fotografia, defronte ao retrato do benemérito João Otávio dos Santos, Celso Schmalfuss Nogueira, Félix Alberto Ballerini, João Garcia, Manoel Lourenço das Neves e José Luiz Camargo Barbosa. (Foto H. S. Ivamoto)

Pesquisando a história da Santa Casa da Misericórdia de Santos (SCMS), encontramos fotografias antigas, inéditas, desconhecidas aos que nela trabalham atualmente. Entrevistando e mostrando essas imagens a antigos santistas ligados à Misericórdia e confrontando dados com documentos antigos, foi possível identificar parte das pessoas, além de locais e épocas. Parte desse tesouro foi apresentado durante o V Congresso Brasileiro de História da Medicina4 , ocorrido na Santa Casa da Misericórdia de Santos em novembro de 2000. A história deste hospital já foi abordada por esta publicação1,2.

O apoio moral do provedor Manoel Lourenço das Neves, do diretor clínico João Garcia, do vice-provedor Félix Alberto Ballerini e do vice-diretor clínico, José Luiz Camargo Barbosa, que nos abriram acesso aos arquivos da Santa Casa da Misericórdia de Santos, foi essencial à execução da presente pesquisa. Contamos também com o valioso apoio do presidente do Centro de Estudos, Celso Schmalfuss Nogueira, gaúcho de Sapiranga, cuja dedicação vem alavancando todas as atividades de ensino e de pesquisa no hospital. Rosilda Raimunda Gouveia Ferreira, acadêmica de História, encarregada do Arquivo Geral, que abriga documentos, alguns bastante antigos, facilitou nossas buscas.

NOSSOS VALOROSOS ARTISTAS

Entre os valorosos fotógrafos e estúdios que, por muita felicidade, retrataram com muita arte a Santa Casa da Misericórdia de Santos, tivemos J. Marques Pereira, Foto Estúdio Brazil, Eckman, Pedro Peressin, Worapite, Boris Kauffmann, José Dias Herrera e outros. Nos últimos anos, o jornalista José Eduardo Barbosa. Uma das mais preciosas telas de Benedicto Calixto de Jesus, o gênio nascido em Itanhaém, mostra a Santa Casa da Misericórdia de Santos no século XIX, e sua posição junto aos morros, e é aqui apresentada para comparação com as situações ulteriores.

J. Marques Pereira era comerciante de tecidos e armarinhos, com suas lojas A Brasileira e A Fama, onde expunha suas fotografias. Em seguida, abriu o seu estúdio, Photographia União, no número 8 da rua 15 de Novembro, em Santos. Tornou-se redator-artístico do Indicador Santense. Posteriormente, mudou-se para o número 82 da rua de Santo Antônio, hoje rua do Comércio. Retratou Santos, Guarujá, São Vicente e outras cidades da região. Publicações da primeira década do século XX já faziam referências aos seus trabalhos.

Hermann Johannes Adolph Eckmann, alemão de Hamburgo, nasceu em 17 de maio de 1865. Veio a Manaus em 1885 num grupo de pesquisa sobre a Amazônia. Decidiu ficar, trabalhando como litógrafo no célebre Teatro Amazonas. Mudou-se para o Rio de Janeiro, onde conheceu uma brasileira, Olga Magalhães da Mota, com quem se casou em 1891. Posteriormente, decidiram fixar-se em Santos, com seus filhos Ruy, Cora, Ilda, Octacílio, Augusto, Matilde, Judith e Haroldo. Em sua nova cidade trabalhou como retratista de pessoas e famílias. O ateliê Photographia Eckmann esteve localizado no número 28 da Praça da República, no 2-A da Rua Augusto Severo e no número 4 da Praça José Bonifácio. Faleceu em 11 de abril de 1936. Sua neta Cynthia Maria é casada com José Carlos Leitão de Barros Saraiva, dedicado conselheiro da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Santos. Sua bisneta Maria Fernanda, esposa de Imero Silva Couto, especialista em Neurocirurgia aqui formado, freqüenta a Santa Casa nos cursos clínicos da Universidade Metropolitana de Santos.

Pedro Peressin foi repórter fotográfico do jornal A Tribuna e tinha ateliê próprio, a Casa do Barbado, à Rua Frei Gaspar, 69.

Boris Kauffmann nasceu em Santos em 18 de fevereiro de 1912, iniciou seus trabalhos fotográficos em 1926 ou 1927. Estabeleceu um estúdio em 1936, à Rua General Câmara, mudando-se depois para a Praça Visconde de Mauá e, em 1950, para a rua Amador Bueno, em Santos. Assinava os negativos de suas fotografias. Faleceu em 1971.

Photo Worapite, por alguns lembrado como Worispite, situava-se no prédio de número 71 da Rua General Câmara.

 

......
Fig. 2. Os irmãos Herrera, fotógrafos de "A Tribuna". No laboratório fotográfico do jornal, há algumas décadas, a partir da esquerda, Francisco Herrera, conhecido como Paco, José Dias Herrera e Rafael Dias Herrera. Fotógrafo não identificado.
 
Fig. 3. O jornalista José Eduardo Barbosa, responsável por milhares de reportagens no Informativo da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Santos, em sua sala de trabalho no hospital. (Foto H. S. Ivamoto)

Recentemente entrevistamos José Dias Herrera, que nasceu na cidade de São Paulo, em 15 de abril de 1920. Mudou-se para Santos em 1927. Aprendeu a arte fotográfica na Casa Worispite, à Rua General Câmara, em meados da década de 1930. Trabalhou como repórter fotográfico do jornal O Diário, de 1º de novembro de 1937 ao início da década de 1950. Contou-nos que, quando da inauguração do quarto prédio próprio pelo presidente Getúlio Vargas, fez a cobertura externa do evento, não tendo entrado no prédio. Contudo, há fotografias feitas no interior do Hospital em que constam o seu nome, enquanto fotografias feitas na escadaria externa não têm identificação. Em 1954, atendendo convite de Manoel Nascimento Jr., ingressou no jornal A Tribuna, onde trabalhou até a década de 1980, quando passou a servir a Prefeitura de Santos em sua Assessoria de Imprensa, hoje Secretaria Municipal de Comunicação. Ao que consta, é o mais antigo repórter fotográfico em atividade no país.

A cobertura jornalística e fotográfica da Santa Casa, nos últimos anos, tem sido feita por José Eduardo Barbosa, nascido em Lomanto Júnior, região de Ilhéus, Bahia, em 15 de dezembro de 1946. Aos quatro anos, mudou-se para Caçapava, acompanhando o pai que viera trabalhar na construção da fábrica da General Motors em São José dos Campos. Em 1957 mudou-se com a família para Santos. Inicialmente, foi auxiliar de farmácia. Ingressou no jornal A Tribuna em 1961, como ascensorista, tendo passado a trabalhar em diversos setores como limpeza, almoxarifado, impressão e redação. Em 1968, auxiliando o Prof. Antônio Nunes, fundou o Departamento de Pesquisa do jornal. Ingressou na Faculdade de Comunicação em 1977, formando-se em jornalismo em 1981. Em 1983, com Antônio Manoel de Carvalho, veio à Santa Casa, começando a trabalhar na segunda edição do seu Boletim Interno, que havia sido iniciado por Hércules Goes. Em 1985 fez um curso de radialismo no Colégio do Carmo, trabalhando como locutor na Radio Atlântica e na Radio Tribuna. Sua coluna Ensaio Geral sobre carnaval na Tribuna era assinado sob o pseudônimo Lorde Costeleta. Deixou A Tribuna em 1995, quando ocupava o cargo de chefe do Departamento de Serviços Gerais. É o jornalista responsável pelo Informativo da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Santos, editado mensalmente, e assistente editorial da Acta Medica Misericordiæ.

Aos fotógrafos conhecidos e desconhecidos, nossas homenagens pelo seu precioso trabalho, que nos permitiu conhecer diversos aspectos da vida desta Casa durante a primeira metade do século XX e após. Esperamos que os contemporâneos, particularmente os que compartilham do trabalho por esta Misericórdia, apreciem a obra desses artistas que, com suas câmaras e laboratórios, gravaram e eternizaram essas preciosas imagens do passado da nossa instituição.

O TERCEIRO PRÉDIO PRÓPRIO DA SANTA CASA

A Santa Casa da Misericórdia de Santos foi fundada por Braz Cubas em 1543, junto ao outeiro de Santa Catarina, próximo ao porto. O terceiro prédio próprio da Santa Casa da Misericórdia de Santos foi inaugurado pelo provedor e médico Dr. Cláudio Luis da Costa em 4 de setembro de 1836, no sopé do morro de São Jerônimo ou Monte Serrat, próximo ao morro do Fontana. Sua capela, dedicada a São Francisco, deu nome à rua à sua frente. O seu Pavilhão de Isolamento Dr. Sotter de Araújo, que era mais conhecido como "Pavilhão dos Tuberculosos", construído na encosta do Morro do Fontana, foi inaugurado em 11 de abril de 1913. O prédio principal foi parcialmente destruído em seu lado direito e nos fundos, por um grande deslizamento de terras do Monte Serrat em 10 de março de 1928. O acidente levou à construção do quarto prédio próprio na esplanada do Jabaquara, distante dos morros. Com a inauguração do novo e espaçoso prédio, os pacientes internados foram transferidos ao mesmo, sendo que os do Pavilhão de Isolamento o foram para o Hospital Guilherme Álvaro. Em 1956, as edificações do terceiro prédio e do pavilhão serviram para abrigar flagelados de desmoronamentos de morros. Após, foram ocupadas desordenadamente, transformando-se em cortiços, o que motivou sua demolição, ocorrida no início da década de 1960.

 

Fig. 4. Rancho grande dos tropeiros, tela do gênio Benedicto Calixto de Jesus, retratando a Santa Casa da Misericórdia de Santos no século XIX, no sopé do Monte Serrat, tendo ao fundo o Morro do Fontana. Esta reprodução mostra bem a posição desse que era o terceiro prédio próprio da Misericórdia. A obra faz parte do acervo da Pinacoteca Benedicto Calixto, de Santos.

 

.....
Fig. 5. Fase final da construção do Pavilhão de Isolamento na encosta do Morro do Fontana, em 1912. Fotógrafo não identificado, possivelmente Marques Pereira.   Fig. 6. Inauguração do Pavilhão de Isolamento Dr. Sóter de Araújo, que ficou mais conhecido como "Pavilhão dos Tuberculosos", em 11 de abril de 1913. O letreiro no monte Serrat, ao fundo, faz menção ao "Elixir de Nogueira, depurativo do sangue". Fotografia, Marques Pereira.

 

Fig. 7. Passagem para o Pavilhão de Isolamento. Fotografia, Marques Pereira.

 

.......
Fig. 8. Terraço do Pavilhão de Isolamento. Fotografia, Marques Pereira.   Fig. 9. Interior do edifício principal da Santa Casa, em seu terceiro prédio próprio. Paulo Oliveira, que dirigiu o Pavilhão de Isolamento em substituição a José Martins Fontes, informou-nos que este era dotado apenas de enfermarias, não tendo salas como a fotografada, concluindo pertencer à edificação principal. Como antibióticos não haviam ainda sido descobertos, os recursos terapêuticos eram escassos. Fotografia, Marques Pereira.
     
 
Fig. 10. Interior do edifício principal da Santa Casa, em seu terceiro prédio próprio. Fotografia, Marques Pereira.   Fig. 11. Enfermaria do edifício principal da Santa Casa, em seu terceiro prédio próprio. As enfermarias do pavilhão de tuberculosos não possuíam camas como as exibidas. Fotografia, Marques Pereira.
     
 
Fig. 12. Cozinha do edifício principal da Santa Casa, antes da catástrofe de 1928. Fotografia, Marques Pereira.   Fig. 13. Sala de ginecologia do edifício principal do terceiro prédio próprio da Santa Casa. Fotógrafo não identificado.

 

Fig. 14. Local e circunstâncias não identificados. O cartaz ao fundo dizia "Vá hoje ao Miramar ainda que chova", propaganda de um centro de recreação situado à Avenida Conselheiro Nébias, entre as avenidas Bartolomeu de Gusmão e Epitácio Pessoa. Reprodução, Boris Kauffmann, Fotomaterial Ltda.
 
 
Fig. 15. Visita do bispo à Mesa Administrativa da Santa Casa, em 1925. À sua direita, possivelmente, João Carvalhal Filho, deputado federal. Fotografia, Estúdio Brazil, Eckman.

 

....
Fig. 16. Setor de inalações. Fotógrafo não identificado.   Fig. 17. Deslisamento de terras do Monte Serrat em 10 de março de 1928, soterrando a parte direita e dos fundos do terceiro prédio próprio da Santa Casa da Misericórdia de Santos, ocasionando dezenas de mortes. Fotógrafo não identificado.

 

Fig.18 . Cena do acidente de 1928. Fotógrafo não identificado.

 

...
Fig. 19. Irmãs, enfermeiras, médicos, pacientes e representantes da Irmandade, em escadaria do Pavilhão de Isolamento. Fotógrafo não identificado.   Fig. 20. Médicos, enfermeiros, pacientes e um representante da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Santos, em escadaria do Pavilhão de Isolamento. Fotógrafo não identificado.

 

Fig. 21. Natal no setor de Pediatria. No lado direito da fotografia, de avental, o pediatra Clóvis de Lacerda. Fotógrafo não identificado.
 
 
Fig. 22. Reunião no salão nobre do terceiro prédio da Santa Casa, possivelmente durante o Congresso Médico de 1936: o advogado Cyro Athayde Carneiro (10), que foi eleito provedor para o período de 1964 a 1969, na primeira fileira, com sobretudo longo e calça escura. Fotografia, Pedro Peressin.
 
 
Fig. 23. Festa de Natal de 1936, no salão nobre do terceiro prédio próprio. O segundo a partir da direita (2) é Ataulpa Moreira, fiscal do leite da Prefeitura de Santos. Fotógrafo não identificado.
 
 
Fig. 24. Corpo Clínico em 26 de dezembro de 1936. Os médicos internos (1) José Cardamone, (2) Pedro Paulo Giovani e, (3 ) possivelmente, Oswaldo Santiago; (6) o otorrinolaringologista João Carlos de Azevedo; (5) possivelmente, o médico Peixoto; (7) o otorrinolaringologista Braga Neto; os pediatras (8) Cyro Werneck e (9) Clóvis Lacerda; (10) o psiquiatra Rizieri; (11) o dermatologista, diretor clínico e médico legista Plínio Brandão Camargo; (12) o odontólogo do hospital; (14) o pediatra Othon Feliciano; (15) o ginecologista Takeda; (16) o pediatra Lauro Pimenta; (18) o ginecologista Avelino da Paz Vieira; (19) o ginecologista Emílio Perez Filho; (20) o clínico Leôncio de Rezende Filho; (21) o urologista Eduardo Barreto de Souza; (22) o cirurgião Cid Bittencourt; (25) o ginecologista Carlos Ribeiro Gomes; (27) o traumatologista De Bonay; (29) o otorrinolaringologista Mário Ferraz Brochado; (31) o ortopedista e traumatologista Emílio Navajaz Filho; os pediatras (34) Alberto Aulicino e (35) Edson Ruivo de Souza; (36) possivelmente, o radiologista Ranulfo Prata. Fotografia, Marques Pereira.
 
 
Fig. 25. Reunião no salão nobre do terceiro prédio próprio. (1) O despachante aduaneiro Adelson Barreto; (2) pediatra Clóvis de Lacerda; (4) o provedor (1940-1942) Flor Horácio Cirillo; (6) o mesário Oscar Sampaio, prefeito de Guarujá; (8) o pediatra Ciro Werneck; (9) possivelmente, o médico Tourinho; (16) o ortopedista e traumatologista Emílio Navajaz Filho; (19) o ginecologista Avelino da Paz Vieira. Fotografia, Pedro Peressin.
 
 
Fig. 26. Festa de Santa Isabel em 2 de julho de 1941. (1) Monsenhor Alfredo Pereira Sampaio, da Igreja da Pompéia; (4) o provedor Flor Horácio Cirillo, gestão 1940-1942; (5) Dom Paulo de Tarso, 2º bispo da diocese de Santos; (6) o mesário Oscar Sampaio, prefeito do Guarujá; (7) Mons. Rizzo; (9) o pediatra Edson Ruivo dos Santos; (11) o engenheiro do saneamento Antônio Freitas; (13) o despachante Adelson Nogueira Barreto; (15) possivelmente, Oswaldo Soares Santiago, médico interno; (17) o ortopedista e traumatologista Emílio Navajaz Filho; (20) o médico Acácio Ribeiro Valim; (25) o clínico Castro Rios; (26) o médico Clóvis Lacerda; (27) o ginecologista Antônio Ablas Filho que, posteriormente, tornou-se o primeiro neurocirurgião do hospital; (28) o ginecologista Emílio Perez Jr; (29) o pediatra Danton Mello Leite; (30) o otorrinolarin-gologista Penido Monteiro. Fotografia, Pedro Peressin.

 

....
Fig. 27. A entrada principal do terceiro prédio, com sua escadaria semicircular coberta, em 9 de junho de 1944. No lado direito da fotografia, escadaria de acesso à capela. Fotógrafo não identificado.   Fig. 28. Escadaria da capela do terceiro prédio próprio, com degraus retilíneos em suas duas faces e um arco inferior. É a única porção remanescente do terceiro prédio próprio, demolido no início da década de 1960. Seus restos situam-se junto à entrada do Túnel Rubens Ferreira Martins e à via elevada, necessitando restauração, conservação e um marco indicativo de seu significado histórico. Com o jardim já existente à sua volta, poderá compor uma praça ou recanto da Velha Misericórdia. Fotógrafo não identificado.

 

Fig. 29. Em 9 de junho de 1944, o canto direito do terceiro prédio próprio, destruído no deslizamento de 1928 e reconstruído. O centro cirúrgico e os quartos dos médicos localizavam-se no terceiro pavimento, o laboratório no segundo, a cozinha e o necrotério no pavimento térreo, nos fundos. Essas partes foram atingidas pelo desmoronamento. O canto situava-se na esquina das ruas Rubião Júnior e São Francisco. Fotógrafo não identificado.

 

Fig. 30. O Pavilhão de Isolamento Dr. Sotter de Araújo, no alto, visto da rua São Francisco.

 

Fig. 31. O terceiro prédio próprio, à direita do Túnel Prefeito Rubens Ferreira Martins, em construção. Uma das pistas foi inaugurada em 7 de setembro de 1954 e a outra em 23 de dezembro de 1955. O outro grande edifício, situado acima do túnel, era o seu pavilhão dos tuberculosos. Face às demolições e mudanças na estrutura viária, esta fotografia oferece aos contemporâneos uma boa idéia da localização do antigo conjunto hospitalar. Fotografia de José Dias Herrera, feita de um edifício defronte à praça.

O QUARTO PRÉDIO PRÓPRIO (ATUAL) DA SANTA CASA

Situado no bairro do Jabaquara, a inauguração do prédio atual do hospital da Santa Casa da Misericórdia de Santos ocorreu no Dia de Santa Isabel, 2 de julho de 1945, pelo presidente Getúlio Dornelles Vargas. Participaram da cerimônia Fernando de Souza Costa, interventor federal em São Paulo; A. Gomide Ribeiro dos Santos, prefeito municipal; Dom Idílio José Soares, terceiro bispo da Diocese de Santos; Benedicto Gonçalves, provedor; Cyro de Athayde Carneiro, presidente do Conselho Geral; Henrique Soler, presidente do Conselho Deliberativo; Othon Feliciano, diretor clínico e outras autoridades.

 

Fig. 32. Vista do lado direito do atual prédio da SCMS, o atual, durante fases finais de sua construção, na década de 1940. O campo onde estava o fotógrafo é hoje ocupada pelo Pronto Socorro Central do município e pelo prédio da Escola Nossa Senhora de Lourdes, em uso pela Faculdade de Enfermagem da Universidade Católica de Santos. Fotógrafo não identificado.

 

Fig. 33. O presidente Getúlio Dornelles Vargas, de pé, no consistório, inaugurando o atual prédio da Santa Casa, em 2 de julho de 1945. O primeiro ao seu lado esquerdo é o provedor Benedicto Gonçalves, e o segundo, o ministro Horácio Lafer. O primeiro à direita do presidente é o interventor federal em São Paulo, Fernando de Souza Costa; o segundo, possivelmente, Ministro da Fazenda; o terceiro, Dom Idílio José Soares, terceiro bispo da diocese de Santos; o quarto, o Ministro Macedo Soares; e o quinto, o prefeito de Santos, Antônio Gomide dos Santos. Fotógrafo não identificado.

 

....
Fig. 34. O presidente Getúlio Dornelles Vargas, de pé, no Consistório, inaugurando o atual prédio da SCMS, em 2 de julho de 1945. Fotografia identificada como de José Dias Herrera.   Fig. 35. O presidente Getúlio Dornelles Vargas recebendo medalha comemorativa da inauguração do provedor Benedicto Gonçalves. Fotografia identificada como de José Dias Herrera.

 

Fig. 36. O presidente Getúlio Dornelles Vargas sendo saudado por militares. À sua esquerda, o prefeito Antônio Gomide Ribeiro dos Santos e o interventor Fernando de Souza Costa. Fotógrafo não identificado.

 

Fig. 37. Fotografia na escadaria da entrada principal do atual prédio próprio da Santa Casa, à inauguração, em julho de 1945. (6) O chefe da São Paulo Railway, Clodovil Fernandes Lopes, pai de Sílvio Fernandes Lopes; (7) o cirurgião Cid Sanches Bittencourt, filho do prefeito de São Vicente, Polidorio Bittencourt; (8) o interventor Fernando de Souza Costa; (11) o presidente Getúlio Dornelles Vargas; (13) o prefeito Antônio Gomide Ribeiro dos Santos; (23) o cirurgião Guilherme Gonçalves; (26) o provedor Benedicto Gonçalves; (30) o jornalista Horneaux de Moura; (41) o guarda-mor da Alfândega, Sancho Boto de Barros; (54) possivelmente o ginecologista Carlos Ribeiro Gomes. Fotógrafo não identificado.

 

Fig. 38. Escolinha Nossa Senhora de Lourdes, no lado direito do quarto prédio próprio. A praça à sua frente é hoje ocupada pelo Pronto Socorro Central do município. Fotógrafo não identificado.

 

Fig. 39. Vista aérea do quarto prédio próprio, vendo-se a Escola Nossa Senhora de Lourdes à sua direita e o necrotério aos fundos. Fotógrafo não identificado.

 

.....
Fig. 40. Em 11 de março de 1950, o enfermeiro José Maria Coelho, de gorro branco, era homenageado pelos 44 anos de serviços prestados à Santa Casa. À sua esquerda, Athié Jorge Cury, Emílio Navajaz Filho, provedor Henrique Soler, prestando a homenagem, e o mordomo-geral Fausto de Oliveira. Fotógrafo não identificado.   Fig. 41. Vista aérea do quarto prédio próprio e região. Fotógrafo não identificado.

OS ENTREVISTADOS

Apresentamos as fotografias e entrevistamos antigos santistas ligados à Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Santos, a maioria dos quais trabalhou no seu terceiro prédio próprio, no sopé do Monte Serrat, conseguindo identificar parte das pessoas, épocas, locais e outros detalhes das fotografias. Houve conflitos e opiniões.

Entre os entrevistados, Paulo José de Oliveira, "santista da Conselheiro Nébias desde janeiro de 1910", como costuma apresentar-se a nós, sorridente, que começou seus estudos médicos na Faculdade Nacional do Rio de Janeiro, na Praia Vermelha, em 1927. Freqüentou a SCMS como aluno em 1928, e como membro do corpo clínico em 1932. Substituiu seu colega José Martins Fontes na direção do Pavilhão do Isolamento. Casou-se com Dona Geinha, filha do patologista clínico Samuel Leão de Moura, notável fundador da Casa da Esperança. O casal ajudou o Padre Waldemar na campanha pela construção da Igreja da Paróquia do Senhor dos Passos, em Santos.

Emílio Perez Filho, nascido à Rua Bittencourt, em 11 de agosto de 1913, formado em dezembro de 1936 na Faculdade Nacional de Medicina, na Praia Vermelha, ingressou no mês seguinte na Santa Casa da Misericórdia de Santos, onde foi chefe da Clínica de Cirurgia de Mulheres, deixando-a em 1976 para assumir um cargo em período integral no Centro de Saúde da Secretaria de Saúde do Estado. Formou-se também em Direito e em Higiene e Saúde Pública. Ensina Medicina Legal na Universidade Católica de Santos desde 1962, onde é o professor decano. É irmão benfeitor da ISCMS.

Victor Vallejo Fernandez3, decano e memória viva desta Casa, que nasceu em Santos em janeiro de 1915, começou a freqüentar o prédio do Monte Serrat como aluno da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo em 1932, tendo ingressado no Corpo Clínico em 1938.

Oswaldo Paulino, nascido em Santos em 1915, tornou-se irmão da ISCMS em 30 de junho de 1923, ingressou no corpo clínico em 1940, único remanescente dos fundadores da Fundação Visconde de São Leopoldo, mantenedora da Universidade Católica de Santos, membro honorário do corpo clínico da SCMS, professor emérito, presidente honorário da Associação Nacional de Medicina do Trabalho e destacado orador do Instituto Histórico e Geográfico de Santos.

Padre Waldemar Valle Martins, nascido em Santos em 28 de fevereiro de 1926, irmão da ISCMS desde 1927, doutor em Filosofia e em Teologia, destacado humanista e educador, eminente defensor da Vida, primeiro reitor da Universidade Católica de Santos e ex-coordenador geral da ABESC, Associação Brasileira de Escolas Superiores Católicas, autor de vasta literatura. Sua ex-aluna Maria Apparecida Franco Pereira, santista, doutora em História, professora titular do Departamento de História da Universidade Católica de Santos, elaborou tese sobre os bispos de Santos. Cybele Muniz Carneiro, bibliotecária-chefe da SCMS, filha do ex-provedor Cyro Carneiro, também auxiliou na identificação.

 

Fig. 42. Defronte ao Parque Balneário Hotel, na Avenida Ana Costa, próximo à praia. Segundo o Dr. Paulo Oliveira, trata-se, provavelmente, de congresso realizado pela Associação dos Médicos de Santos em 1952. Afastou a hipótese de se tratar de reunião do congresso de 1936, pois este não reuniu um número tão grande de pessoas e não incluiu evento no hotel. (1) o ginecologista Luciano Castro Gonsalez, ginecologista; (2) o farmacêutico Felipe Aulicino; (3) o ginecologista Emílio Perez Filho; (4) o pneumologista Dirceu Vieira dos Santos. Photo Worapite.

 

........
Fig. 43. Rosilda Raimunda Gouveia Ferreira, encarregada do Arquivo Geral da Santa Casa da Misericórdia de Santos. (Foto H. S. Ivamoto)   Fig. 44. Santista de 1915, Victor Vallejo Fernandez, decano do corpo clínico, irmão benfeitor da Misericórdia Santista e professor emérito, em fotografia de 1983. Colaborou com esta pesquisa.

 

Fig. 45. Com os professores-doutores santistas entrevistados na presente pesquisa, reunidos na sala de estar da residência do casal Paulo José de Oliveira e Dona Geinha, onde, em 1963, o padre Waldemar Martins rezou a primeira missa da paróquia do Senhor dos Passos. A mesa da fotografia fora utilizada no culto. À esquerda do autor, Maria Apparecida Franco Pereira, titular do Departamento de História da UniSantos. Padre Waldemar Valle Martins, filósofo e teólogo, defensor da Vida, primeiro reitor da UniSantos, duas vezes presidente da Associação Brasileira de Escolas Superiores Católicas. Oswaldo Paulino, único remanescente entre os fundadores da Sociedade Visconde de São Leopoldo, mantenedora da UniSantos, professor emérito, presidente de honra da Associação Nacional de Medicina do trabalho e brilhante orador. Emílio Perez Filho, médico e advogado, decano entre os docentes da Universidade Católica de Santos, a UniSantos. Paulo José de Oliveira, decano dos médicos de Santos, que substituiu seu colega José Martins Fontes na direção do Pavilhão de Isolamento. Dona Geinha, filha do patologista clínico Samuel Leão de Moura, ilustre fundador da Casa da Esperança. (Foto J. E. Barbosa)

Para nossa pesquisa inicial, contamos com a colaboração desses ilustres representantes da intelectualidade e da memória santista. Com a presente publicação, esperamos conseguir dos leitores mais antigos a identificação de outras pessoas e de detalhes retratados.

EDIÇÕES PASSAM A ANUAIS
Lançada em dezembro de 1998, Acta Medica Misericordiæ vinha sendo editada semestralmente. Devido ao baixo fluxo de recebimento de trabalhos científicos, passará, com o presente número, a ser editada anualmente. Com um incremento estável no número de artigos científicos, retomaremos o ritmo semestral.

O presente número conta com uma valiosa colaboração de Manuel Ferreira da Silva, fundador e diretor da Voz das Misericórdias, uma publicação da União das Misericórdias Portuguesas. Apresenta também trabalhos dos serviços de Oftalmologia e de Gastroenterologia da Santa Casa da Misericórdia de Santos.

REFERÊNCIAS

1. Ivamoto HS: A Santa Casa da Misericórdia de Santos: sinopse histórica. Acta Medica Misericordiæ 1998; 1:7-10.

2. Ivamoto HS, Morales R, Ivamoto LS, et al: The Santas Casas da Misericórdia: five centuries of philanthropy. Acta Medica Misericordiæ 1988; 1:11-13.

3. Ivamoto HS: Victor Vallejo Fernandez, sessenta e dois anos de medicina misericordiana. Acta Medca Misericordiæ 1999; 2:24-26.

4. Ivamoto HS: Quinto Congresso Brasileiro de História da Medicina na Santa Casa da Misericórdia de Santos. Acta Medica Misericordiæ 2000; 3:42-50.

O AUTOR: H. S. Ivamoto, editor da Acta Medica Misericordiæ, é diretor editorial e de comunicação do Centro de Estudos da Santa Casa da Misericórdia de Santos, neurocirurgião, editor de revisão do Journal of Microsurgery, docente da Universidade Metropolitana de Santos, mestrando em Filosofia da Educação da Universidade Católica de Santos e membro do conselho deliberativo da Sociedade Brasileira de História da Medicina.

ENDEREÇO/ADDRESS: Henrique S. Ivamoto, Acta Medica Misericordiæ, Centro de Estudos da Santa Casa da Misericórdia de Santos, Avenida Dr. Claudio Luiz da Costa, 50, Caixa Postal 739, Santos, SP, CEP 11075-900, BRASIL, telefs. (013) 32020750 e 32020600, ramais 450 e 750, hivamoto@yahoo.com.br, hivamoto@hotmail.com, www.actamedica.org.br 

PDF file:



Atalhos da página



Revista Acta Medica Misericordiæ
A Revista das Santas Casas
Rede Corporativa e-Solution Backsite