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, 27 de julho de 2024.
11/02/2014
Neurociências
Reação de alarme de Cannon

Reação de alarme de Cannon

Henrique S. Ivamoto

                                                

A reação de alarme de Cannon resulta de ação do sistema nervoso simpático em que o indivíduo é preparado para lutar ou fugir. É uma reação geral, difusa, e inespecífica. Sendo inespecífica, é, qualitativamente, a mesma, qualquer que seja a causa da reação, como um assalto, uma briga, a perda de um ente querido, um acidente.

O sistema nervoso simpático geralmente provoca reações mais difusas, enquanto o parassimpático provoca ações localizadas.  Os gânglios parassimpáticos ficam próximos das vísceras, de maneira que o território de distribuição das fibras pós-ganglionares é limitado.  No sistema nervoso simpático, os gânglios estão próximos da medula e longe dos órgãos, e as fibras pré-ganglionares estabelecem sinapse com um número grande de fibras pós-ganglionares, distribuindo-se por uma área grande. Quando a medula da glândula supra-renal é ativada pelo sistema nervoso simpático, ocorre descarga de adrenalina, que penetra na circulação sangüínea e é levada para todo o organismo, ocorrendo uma reação em massa.

A reação de alarme inclui:

·         Secreção de adrenalina pela medula das glândulas suprarenais.

·         Dilatação dos brônquios, aumento da freqüência respiratória (taquipnéia) e do volume corrente, aumentando a troca de gases, a taxa de oxigênio disponível e eliminando mais dióxido de carbono (gás carbônico) do sangue.

·         Glicogênio é transformado em glicose, que penetra na circulação, disponibilizando mais energia.

·         Aumento da freqüência cardíaca (taquicardia), do volume sistólico e do débito cardíaco. Mais sangue, glicose e oxigênio são levados aos tecidos. A pressão arterial aumenta.

·         Vasodilatação arterial nos músculos esqueléticos, disponibilizando maior aporte de sangue para lutar ou fugir.

·         Vasoconstrição tegumentar, deixando mais sangue disponível para ser levado aos músculos. A pele fica pálida e fria.

·         Vasoconstrição nas vísceras digestivas, deixando mais sangue disponível para ser levado aos músculos.

·         Diminuição do peristaltismo no tubo digestivo. O ritmo das atividades digestivas é reduzido.

·         Sudorese. O suor é frio, pois a pele está fria devido à vasoconstricção tegumentar.

·         Piloerecção, que faz o animal parecer maior, visando amedrontar o inimigo.

·         Dilatação das pupilas dos olhos (midríase) e elevação das pálpebras superiores por contração dos músculos tarsais, propiciando melhor visão.

 

Estresse (stress em inglês) era um termo usado por engenheiros de materiais para se referirem às alterações que um corpo sólido sofre quando submetido à ação de uma força. Em 1936, Hans Selye importou esse conceito para a Medicina. Uma pessoa submetida às pressões sociais e econômicas e que se preocupa excessivamente com suas obrigações vive em estado de estresse, sofrendo as conseqüências de uma reação simpática difusa crônica, como hipertensão, hiperglicemia, taquicardia, insônia.



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